quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Na medida certa - GSX-R 750 está mais forte e controlável

Na medida certa, Com mais torque em baixas e médias rotações, a nova Suzuki GSX-R 750 está mais forte e controlável

Temperatura ambiente 7°C, o céu azul destacava a cor branca da Suzuki GSX-R que desfilava no asfalto da pista de Almeria, na Espanha. Sempre tive uma queda pelas motos de 750cc, como a solitária Suzuki, que reina no "limbo" entre as 600 e as 1.000. Para minha sorte, e dos leitores que também curtem as 750, durante o lançamento dos pneus Bridgestone BT-003 a nova versão da SRAD estava à disposição para testes. O modelo ainda não chegou ao Brasil, mas será lançado pela J. Toledo no segundo semestre. E adianto que recebeu melhorias que a tornaram ainda mais prazerosa de acelerar na estrada e na pista. Vem comigo...

Ao contrário da maioria das esportivas, que sempre ostentam alguma redução de peso, a nova Suzi ganhou peso. Sem combustível, óleo e outros fluidos, engordou de 163 kg para 167kg. Isso porque ganhou um catalisador maior antes da ponteira de escapamento. Apesar das melhorias e reduções de peso em peças móveis como as válvulas, o motor manteve a potência de 150 cv. Se você é fascinado por performance, saiba que uma preparação simples, como a troca do escapamento descartando o catalisador (para uso em pista, claro) já renderia alguns cavalos a mais.

Não se trata de uma motocicleta totalmente nova, mas que passou por melhorias como o sistema delimitação de potência S-DMS (Suzuki Drive Mode Selector), antes presente nas GSX-R 1000, da Hayabusa e da B-King. O sistema permite escolher entre três modos: quem ainda não se sente seguro com a moto pode optar pelo "C", que limita o desempenho e torna o motor mais manso, útil também para pista escorregadia; a opção "B" melhora o desempenho, mantendo alguma limitação principalmente em baixa rotação; já para ralar o joelho nas curvas, acione a posição "A" e seja feliz.

As pedaleiras, aliás, podem ser ajustadas na base e com isso o piloto pode se adequar às curvas mais radicais. E o banco chega a ser macio para uma superesportiva, até confortável perto de uma CBR 600, mas, claro, não tenha esperanças de levar a garupa com alguma mordomia. Para ela resta apenas uma fina cama de espuma e muita emoção. Já tinha testado a maioria das 1000cc na pista de Almeria, Yamaha R1, CBR 1000RR, Ducati 1098S, KTM RC 8R, KawasakiZX-10 e logo depois peguei a nova SRAD 750. Para a surpresa de quem assistia ao teste, fui mais rápido com a 750! Com as 1000 entrava lançado nas curvas controlando a roda traseira para não desgarrar, brigando para mantê-las no trilho. Subi na 750 e logo senti a entrega de potência mais linear, sem tanta brutalidade, o que ajuda afazer o traçado com perfeição. E não falta motor, como acontece com algumas 600. Eu me sentia um piloto de competição, usava a zebra da esquerda para a direita.

Bye, bye
Mas se você, como a maioria dos donos de esportivas, for ficar longe dos autódromos, saiba que em estradas sinuosas o motor transforma o asfalto em playground. Principalmente acima de 6.000 rpm, tem energia para nos levar de curva em curva de forma rápida e sem ter de buscar marchas ou trabalhar sempre em alta, o que uma 600, por um preço muitas vezes semelhante, dificilmente consegue. Já para rodovias que se pode chamar de auto-estrada, com várias pistas, bom asfalto e curvas abertas a GSX-R 750 protege menos do vento que o modelo anterior, obrigando a se abaixar bastante para ficar totalmente protegido.

Nas últimas voltas na pista de Almeria já tinha a moto tão sob controle que buscava tempos cada vez mais baixos. Enquanto as 1000 exigem sempre respeito, minha evolução com a 750 era maior. Em relação às 600, que também experimentei no circuito, ela dá um "tchau" e o motor ganha vigor com as rotações bem mais rápido, em todas as marchas. Nas reduções bruscas, a embreagem anti-travante permite abusar mais e, assim como na CBR 1000RR, é mais difícil o travamento roda traseira com o freio motor. Significa usar mais o freio dianteiro sabendo que a roda traseira permanecerá no traçado coordenado pela dianteira. O novo amortecedor de direção, agora eletrodráulico, aumenta a compressão conforme a velocidade sobe. Com isso, a frente fica mais firme permitindo uma tocada ainda mais radical.

O resultado é que em nenhum momento tive problema de perda de estabilidade. Entre as motocicletas japonesas de quatro cilindros, a nova GSX-R 750 é a mais equilibrada. Não falta potência para ver o velocímetro chegar rápido a 280 km/h, ou acelerar de 0 a 100 em menos de 4 segundos.

Meio-termo é a mãe!

A nova SRAD não é mais o meio-termo entre a 600 e a 1000. Está mais para 1000, mesmo mantendo os 150 cv, porque as respostas não são agressivas somente em alto giro. O fôlego em médias rotações é outro, com um novo coletor de admissão mais longo, que se traduz em torque. A injeção de combustível agora conta com duas borboletas por cilindro, o que também traz linearidade à subida de giro. Uma borboleta menor controla a injeção de combustível em baixos e médios giros, oferecendo a quantidade certa de mistura para ter uma combustão perfeita. Somada à borboleta maior, controlada eletronicamente em alta, a 750 entrega respostas sempre imediatas. Em resumo, um motor linear e melhor aproveitado.

Motor recebeu modificações para ficar mais leve e melhorar o
desempenho, como as válvulas de titânio no cabeçote, mais leves e
resistentes
FOTOS





Fonte: Revista Duas Rodas

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