Não vamos falar de bruxas, pais-de-santo, cartomantes ou ciganos... Mas veja só essa situação: uma senhora está parada na frente do shopping com as mãos repletas de sacolas. Ela pode tê prejudicar! Como assim? Não fiz nada para ela! É, mas o piloto atento sabe que ela pode fazer sinal para um táxi que poderá fechar sua moto sem dó nem piedade. Essa é uma típica situação onde não precisa ser vivente para prever o perigo. Mas nem todos os motociclistas têm essa noção. Afinal tem muita gente sem experiência entrando no mundo das duas rodas. Isso por conta do aumento do número de motos no já complicado trânsito brasileiro, o que reflete um dado importante: a cada dia, mais e mais motociclistas estão nas ruas atrás de mobilidade. E o aumento de vendas de motos sugere um dado ainda mais importante, ou seja, pedestres e motoristas, que antes andavam de ônibus ou de automóvel, estão atrás do guidão.
A motocicleta é um veículo singular. Até mesmo a nomenclatura é diferente. Quem conduz uma moto não é motorista ou condutor. É piloto! E segundo alguns dicionários de língua portuguesa, motorista é aquele que conduz veículos automotores, chofer. E piloto é aquele que conduz ou administra veículos especiais, como barco, avião etc. Então, entende-se que pilotar é diferente de conduzir. E, tenha certeza, a motocicleta exige uma pilotagem, e não uma simples condução.
Na arte de pilotar, a segurança é fundamental. E a base da segurança se divide em duas plataformas: a segurança ativa e a passiva. A ativa é tudo aquilo relacionado a evitar o acidente em si. A passiva, por outro lado, é relativa a tudo que será exigido depois. Exemplificando, seu modo de dirigir, ops, pilotar, é segurança ativa e seu capacete é parte da segurança passiva. Os automóveis, por suas características, têm um patamar de segurança passiva muito maior, que vão desde o cinto de segurança, passando pela deformação da carroceria, até air bags. Para nós, restam apenas o capacete, luvas, vestimentas... Portanto, é muito melhor não cair, não bater, não se expor ao risco.
Pilotar é planejar
"Ah, mas os acidentes podem nos pegar de surpresa...". Nem sempre. Segundo nosso colaborador Normando Rolim, especialista e usuário de motocicleta, "pilotar defensivamente é planejar e prever todas as ações ao guidão". Responda, com sinceridade: quantas vezes você passou por apuros por causa de uma manobra que poderia ser adiada alguns segundos?
Uma ultrapassagem mal estudada, uma curva mais rápida do que devia ou um toque no espelho do carro ao lado são sinais de abuso ou distração que poderiam, tranqüilamente serem evitados. Observe que a segurança é fruto de um trabalho conjunto, que envolve desde o ambiente, você - piloto - até a motocicleta em si.
"Ah, mas os acidentes podem nos pegar de surpresa...". Nem sempre. Segundo nosso colaborador Normando Rolim, especialista e usuário de motocicleta, "pilotar defensivamente é planejar e prever todas as ações ao guidão". Responda, com sinceridade: quantas vezes você passou por apuros por causa de uma manobra que poderia ser adiada alguns segundos?
Uma ultrapassagem mal estudada, uma curva mais rápida do que devia ou um toque no espelho do carro ao lado são sinais de abuso ou distração que poderiam, tranqüilamente serem evitados. Observe que a segurança é fruto de um trabalho conjunto, que envolve desde o ambiente, você - piloto - até a motocicleta em si.
Em resumo, são variáveis que podem (e devem, como veremos a seguir) serem controladas. Ou simplesmente antecipadas: se não podemos arrumar as estradas, vale pelo menos andar em velocidade compatível com o pavimento e a sinalização. Portanto, a primeira e importante regra em relação ao ambiente: pilote consciente, antecipando os possíveis buracos, cachorros, insetos na viseira, bolas, crianças e por aí vai. Por mais conhecida que seja a estrada, um caminhão jogando diesel segundos atrás pode lhe causar uma surpresa desagradável na próxima curva. E, depois, não vale dizer: "Ah, mas os acidentes podem nos pegar de surpresa...". Surpresa é quando não prevemos algo. Portanto, antecipe-se.
Todos os sentidos
Acredite, pilotar motocicleta é uma arte. Todos os sentidos e reflexos devem ser usados. O tempo todo, todo o tempo. Acabo de escutar uma história vivenciada pelo nosso web-master-piloto de plantão, Francis Vieira, que acabou de se safar de um tombo idiota (ou coisa pior). "Meu, senti o cheiro de diesel e arranquei a mão na hora". Traduzindo, Francis usou seu olfato e se antecipou ao óleo derramado por um caminhão qualquer. Dito e feito, o asfalto estava lá, coberto pela fina e traiçoeira camada de diesel, esperando os desatentos.
Acredite, pilotar motocicleta é uma arte. Todos os sentidos e reflexos devem ser usados. O tempo todo, todo o tempo. Acabo de escutar uma história vivenciada pelo nosso web-master-piloto de plantão, Francis Vieira, que acabou de se safar de um tombo idiota (ou coisa pior). "Meu, senti o cheiro de diesel e arranquei a mão na hora". Traduzindo, Francis usou seu olfato e se antecipou ao óleo derramado por um caminhão qualquer. Dito e feito, o asfalto estava lá, coberto pela fina e traiçoeira camada de diesel, esperando os desatentos.
Nosso nariz pode prever as intenções das mulheres cheirosas e também da "surpresa" de um diesel espalhado na próxima curva. Cheiro de chuva, de diesel, de queimada (que pode prejudicar a visão) é cheiro de encrenca. Preste atenção ao sinal do nariz e controle o ímpeto no punho da direita. Situações de risco não faltam, mas podem ser antecipadas.
Bolas, skates, escolas... hum, também requerem atenção e cuidado. Nossa acuidade visual é imprescindível para uma pilotagem segura. Óbvio que devemos fixar nossa visão à frente, mas não somente ao trânsito e aos semáforos. Crianças (e alguns adultos pensando na morte da bezerra
OS 10 MANDAMENTOS DA PILOTAGEM SEGURA
1) Conhecer as leis de Trânsito e obedecer a sinalização;
2) Usar sempre o capacete e os equipamentos de segurança;
3) Conhecer o veículo que está pilotando e saber comandá-lo com destreza;
4) Manter o veículo sempre em boas condições de funcionamento;
5) Prever a possibilidade de acidentes e ser capaz de evitá-los;
6) Se concentrar na pilotagem; não resolva seus problemas em cima da moto;
7) Não aceitar desafios e provocações;
8) Não conduzir cansado, sob o efeito de álcool e drogas;
9) Veja e seja visto;
10) Não abusar da autoconfiança.
Com a palavra, o motoboy
Os motoboys têm uma vivência diária com os riscos do trânsito. Um deles é Antonio Carlos Camacho, que passa algumas dicas: "Sempre olho dentro do carro o que o motorista pretende fazer. Um movimento de ombro ou de cabeça pode indicar a intenção de mudar de faixa. Com caminhões e ônibus não bobeio. Buzino até que ele me veja pelo espelho, aí sim continuo. Caso contrário, paro atrás e só passo quando tiver espaço". Prudência, velocidade comedida e antecipação são boas maneiras de pilotar seguro. Mas como já dissemos, nada disso adianta se você não estiver bem equipado, com os espelhos regulados e, acima de tudo, atento ao trânsito e a tudo que acontece ao redor dele. Ah, claro, cuidados com a motoca também são fundamentais, principalmente em relação aos freios, pneus e transmissão. Só assim, poderemos reverter o terrível quadro de acidentes que assola o Brasil e, de quebra, curtir nossa motocicleta por muitos e muitos anos.
Fonte: Revista Duas Rodas
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